Objetivo faz parte de uma política mais ampla sobre a família na sociedade.
Caminho seria é a extensão das possibilidades de anulação do casamento.
Foto divulgada pelo Vaticano mostra o Papa
Francisco durante um encontro com o Clero de
Roma, na Casa Santa Marta
(Foto: Osservatore Romano/AFP)
Francisco durante um encontro com o Clero de
Roma, na Casa Santa Marta
(Foto: Osservatore Romano/AFP)
O Papa Francisco
quer integrar melhor à Igreja os divorciados recasados, como parte de
uma política mais ampla que responde aos desafios relacionados ao
casamento e a família na sociedade.
Estas questões que claramente atingem o acolhimento na Igreja Católica
das pessoas que vivem à margem porque não estão "em acordo" com seus
dogmas e sacramentos são para o Papa uma prioridade. Tanto quanto a
reforma da Cúria (o governo da Igreja).
Os problemas familiares, em especial o dos divorciados recasados ,
estão na agenda de um encontro do Papa com oito cardeais, entre 1° e 3
de outubro.
"Nosso dever é encontrar um outro caminho, na Justiça" para aqueles
que, depois de um primeiro casamento fracassado, iniciam um segundo
casamento, disse Francisco, citado pelo site da Diocese de Roma,
RomaSette.
O Papa explicou que "Bento XVI já pensava nesta questão, que não pode
ser reduzida apenas ao fato de saber se é possível ou não comungar".
"Aqueles que veem o problema apenas nestes termos não entendem qual é o
verdadeiro problema! Este é um problema sério que cria
responsabilidades para a Igreja em relação às famílias que vivem nessa
situação", acrescentou.
De acordo com a doutrina católica, os homens e mulheres que contraem um
casamento se comprometem para a vida toda. Portanto, a ruptura deste
sacramento e um novo casamento impedem a comunhão na missa, se o
casamento anterior não tiver sido anulado por um tribunal eclesiástico.
O tema dos divorciados recasados é delicado. Vários deles, muito
envolvidos ativamente na igreja, se sentem revoltados ao serem excluídos
da comunhão.
Bento XVI em 2012 e Francisco já fizeram alusão ao fato de que os
divorciados e recasados devem sentir-se 'plenamente acolhidos' pela
Igreja.
O caminho explorado é a extensão das possibilidades de anulação do
casamento, atualmente extremamente limitadas e reservadas aos mais
ricos. A ideia é torná-lo possível, no caso de imaturidade, falta de fé,
casamento contraído apenas por convenção social.
Após o encontro com os oito cardeais, a intenção do Papa, em uma data
não especificada, é confiar essas questões a um sínodo, uma assembleia
dos bispos do mundo inteiro, que será encarregado de expandir a
"pastoral matrimonial".
Jorge Bergoglio está preocupado com a explosão de divórcios, com as
dificuldades enfrentadas por famílias recompostas e das novas formas de
famílias, como o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Em seu retorno à Roma após a Jornada Mundial da Juventude no Rio de
Janeiro, em 29 de julho, o Papa Francisco falou aos repórteres da
aproximação das Igrejas Ortodoxas: eles "têm uma prática diferente, eles
seguem a 'teologia da economia', como eles chamam, e permitem uma
segunda oportunidade" de casamento válido.
Ele também observou que para o cardeal Antonio Quarracino, que o
precedeu como chefe da Arquidiocese de Buenos Aires, 'metade de todos os
casamentos são nulos... Porque nos casamos sem maturidade, sem perceber
que isso é para a vida toda, ou nos casamos porque socialmente devemos
casar'.
"Precisamos rever a questão legal de nulidade do casamento, porque os
tribunais eclesiásticos não são suficientes para isso", acrescentou
Francisco.
Em uma mensagem na semana passada por ocasião das Semanas Sociais dos
Católicos Italianos, o Papa, muito fiel à tradição sobre esses assuntos,
pediu para que os fiéis "promovessem a família fundada no matrimônio,
para além de preconceitos e ideologias" e defendeu "uma família que é a
da unidade na diferença entre homem e mulher".
Nenhum comentário:
Postar um comentário