Não mais do
que 14 vezes um Papa proclamou um dogma de fé; isto em 21 séculos de vida da
Igreja. Mas há muitas outras verdades da fé, que não foram definidas
explicitamente como dogmas por um Papa, mas que são também dogmáticas. Todos os
doze Artigos do Credo são dogmas de fé; ele é o “Símbolo dos Apóstolos” e
resume as verdades básicas da fé cristã que há 2000 anos a Igreja ensina. O Dogma é uma verdade Revelada por Deus, e
proposta pela Igreja à nossa fé e à nossa conduta. E como algo revelado por
Deus, e compreendido pela Igreja, é imutável. Podemos aperfeiçoar o
entendimento da verdade revelada, mas nunca destruí-la ou negá-la. O Dogma pode
estar contido na Bíblia ou na Tradição apostólica que não foi escrita, mas que
tem para a Igreja o mesmo valor de Revelação da Bíblia; por exemplo, o Credo
como é rezado não está na Bíblia, mas veio da Tradição. Jesus deixou a Igreja
com a incumbência infalível de fazer este discernimento, a fim de nos mostrar e
conduzir, sem erro, ao caminho da salvação. Pouco adiantaria Jesus deixar na
terra o “depósito da fé”, ou, como chamava São Paulo, “a sã doutrina”, se não
deixasse também uma guardiã infalível da mesma.
A Revelação de
Deus ensina que “Deus quer que todos se
salvem e cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tm 2,4); mas, onde está esta
“Verdade” que salva? O mesmo São Paulo responde: “A Igreja é a coluna da verdade” (1Tm 3, 15). É por isso que a
Igreja afirma sem dúvida, várias vezes, no Catecismo, a sua infalibilidade
naquilo que é essencial em termos de fé e moral. Para manter a Igreja na pureza
da fé transmitida pelos Apóstolos, Cristo quis conferir à sua Igreja uma
participação na sua própria infalibilidade, ele que é a Verdade. “Goza desta
infalibilidade o Papa quando, na qualidade de pastor supremo de todos os fiéis,
e encarregado de confirmar seus irmãos na fé proclama, por um ato definitivo,
um ponto de doutrina apenas sobre à fé e aos costumes… A infalibilidade
prometida à Igreja reside também no corpo episcopal quando este exerce seu magistério
supremo em união com o sucessor de Pedro”, sobretudo em um Concílio Ecumênico
(LG 25).
Os dogmas sobre Deus garantem que Ele existe, que é único, mas são
Três Pessoas divinas formando um só Deus (Pai e Filho e Espírito Santo), com
igual poder e majestade; que Ele é eterno, onipotente, onipresente, onisciente,
amor e misericórdia, Criador de todas as coisas visíveis e invisíveis; tudo o
que existe foi criado por Deus.
Os dogmas sobre Jesus Cristo afirmam que Ele é o Filho Único de
Deus; verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus (possui duas naturezas:
humana e divina); cada uma das duas naturezas em Cristo possui uma vontade e
uma operação própria. Cristo se ofereceu em sacrifício na Cruz para resgatar a
humanidade separada de Deus pelo pecado. Ao terceiro dia depois de sua morte,
ressuscitou glorioso dentre os mortos e subiu em corpo e alma aos céus e está “sentado”
à direita de Deus Pai.
Sobre o mundo, os dogmas dizem que tudo do que existe foi criado
por Deus a partir do nada. O mundo é temporal, um dia vai terminar. Deus o conserva
pelo Seu poder e bondade.
Sobre a pessoa humana, os dogmas garantem que ela é formado de
corpo material e alma espiritual e imortal criada por Deus no momento da
concepção, à sua imagem e semelhança. O pecado de Adão (original) se propaga a
todos os seus descendentes por geração e não por imitação. O homem caído não
pode redimir-se a si mesmo; precisa de um Salvador, Jesus Cristo.
Sobre a Virgem Maria os dogmas dizem que Ela é Imaculada, isto é,
foi concebida sem o pecado original, e nunca teve qualquer pecado pessoal; é
Mãe de Deus feito homem; foi para o Céu em sua Assunção, de corpo e de alma,
após o término de sua vida na terra. É Virgem perpétua: antes do parto, durante
o parto de depois do parto de Jesus Cristo.
Sobre o Papa e a Igreja os dogmas ensinam que a Igreja foi fundada
por Jesus Cristo, que constituiu São Pedro como o primeiro Papa e cabeça
visível da Igreja, conferindo-lhe pessoalmente o primado de jurisdição. O Papa
possui o pleno e supremo poder sobre a Igreja, não somente nas coisas da fé e
da moral, mas também na disciplina e no governo da Igreja. Ele é infalível
sempre que define uma verdade de fé ou de moral. A Igreja é infalível quando
define com o Papa alguma matéria de fé e de costumes.
Os dogmas sobre os Sacramentos, afirmam que Cristo instituiu sete
Sacramentos: Batismo, Crisma, Confissão, Eucaristia, Ordem, Matrimônio e Unção
dos Enfermos. A Igreja recebeu de Cristo o poder de perdoar os pecados
cometidos após o Batismo pelo Sacramento da Confissão. Cristo está presente na
Eucaristia pela transubstanciação de toda a substância do pão e do vinho.
Os dogmas sobre os últimos acontecimentos afirmam que existe a vida
eterna, o Céu, o Inferno e o Purgatório, o fim deste mundo e a segunda vinda de
Cristo, a ressurreição dos mortos no último dia e o juízo universal.
Fonte: Prof. Felipe Aquino - www.cleofas.com.br
Muito importante este artigo! Esclarece dúvidas que nós, leigos, temos sobre o tema. Só se ama o que se conhece. Portanto, para amarmos a Igreja é preciso conhecê-la, e este blog tem partilhado conhecimentos com todos que o acessam.
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