sexta-feira, 28 de março de 2014

Deus nunca se cansa de amar, diz Papa em Celebração Penitencial

Durante a Celebração Penitencial, sem estar previsto, Papa Francisco decidiu se confessar!

Deus nunca se cansa de amar, diz Papa em Celebração Penitencial 

O Papa Francisco presidiu nesta sexta-feira, 28, uma Celebração Penitencial na Basílica de São Pedro, no Vaticano.
O evento foi promovido pelo Pontifício Conselho para a Nova Evangelização e acontece em todas as dioceses do mundo, na Vigília do quarto Domingo da Quaresma, chamado Domingo de Alegria.
Na homilia, o Santo Padre destacou que, no período quaresmal, a Igreja, em nome de Deus, renova o apelo à conversão. “É um chamado a mudar de vida. Converter-se não é questão de momento ou de um período do ano, mas é um compromisso que dura toda vida”.

Acesse
.: Leia homilia do Papa Francisco na íntegra

“Quem pode dizer que não é pecador?”, questionou o Santo Padre. E afirmou: “Todos nós somos”.
Papa Francisco destacou dois elementos essenciais na vida do cristão: Revestir-se do homem novo e permanecer no amor.
O Pontífice explicou que no batismo a pessoa é revestida do homem novo, “criado segundo Deus” (Ef 4,24). “Essa vida nova permite olhar a realidade com outros olhos, sem nos distrair com as coisas que não são importantes e não duram. Por isso somos chamados a abandonar os comportamentos pecaminosos e fixar o olhar sobre o essencial”.
Francisco recordou um trecho da Gaudium et Spes que afirma: “o homem vale mais por aquilo que é do que por aquilo que tem” e ressaltou que essa é a diferença entre a vida deformada pelo pecado e a vida iluminada pela graça.

Deus nunca se cansa de amar, diz Papa em Celebração Penitencial
Sem estar previsto, Papa Francisco quis confessar-se antes de atender os fiéis em confissão / Foto: Reprodução CTV

“Do coração do homem, renovado por Deus, provêm os bons comportamentos: falar sempre com verdade e evitar sempre qualquer mentira; não roubar, mas compartilhar aquilo que possui com os outros, principalmente com quem passa necessidade; não ceder à ira, ao rancor e à vingança, mas ser manso, magnânimo e pronto ao perdão, não ceder à maledicência que corrói a boa fama das pessoas, mas olhar sempre o lado positivo de todos”, disse.
Sobre permanecer no amor, o Santo Padre destacou que o amor de Jesus Cristo dura para sempre porque é próprio da vida de Deus.
“O nosso Pai nunca se cansa de amar e seus olhos não se cansam de olhar para a estrada de casa para ver se o filho que se foi e se perdeu, está retornando. E esse pai não se cansa nem mesmo de amar o outro filho que, mesmo permanecendo sempre em casa com ele, não é participante de sua misericórdia, de sua compaixão”, explicou o Papa.
Francisco destacou que Deus não é somente a origem do amor, mas, em Jesus Cristo, chama os fiéis a imitarem Seu próprio modo de amar.
“Na medida em que os cristãos vivem este amor, tornam-se no mundo discípulos de credibilidade de Cristo. O amor não pode suportar permanecer fechado em si mesmo. Por sua própria natureza é aberto, difunde-se e é fecundo, gera sempre novo amor”, disse.
Após a homilia, um momento de silêncio e reflexão tomou conta da Basílica. Logo após, os sacerdotes confessores dirigiram-se aos confessionários para atender os presentes. Enquanto isso, o Papa deu continuidade à celebração com um momento penitencial com os fiéis.
Em seguida, o Santo Padre dirigiu-se a um dos confessionários para atender alguns dos fiéis, porém, antes quis confessar-se também.
Ao término da Celebração, Francisco agradeceu a Deus pelo Seu perdão, e pela bondade e doçura do Seu amor, que muitos puderem sentir no sacramento da confissão.
Após um momento de oração, o Santo Padre concluiu com a bênção apostólica.

Convite!


quarta-feira, 26 de março de 2014

Bispos se pronunciam contra 'Ideologia de Gênero'

Acesse os links e leia com atenção:

Nota sobre o PNE 

Cardeal Orani João Tempesta - Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro/RJ

 

A ideologia de gênero 

Dom Fernando Arêas Rifan - Ordinário da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney, bispo titular de Cedamusa.


Dom Antonio Carlos R. Keller - Bispo de Frederico Westphalen/RS

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segunda-feira, 24 de março de 2014

Vaticano propõe igrejas abertas em 28 de Março por 24h para atender Confissões


Iniciativa QuaresmalShare on facebook

A iniciativa deve ocorrer no período da Quaresma, em toda a Igreja Católica
Da redação, com Arquidiocese do Rio
Igrejas abertas por 24 horas para atender os fiéis em Confissão. Esta é a proposta “24 horas para o Senhor”, do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, enviada às dioceses católicas em fevereiro.
Segundo a carta, assinada pelo presidente do dicastério, Dom Rino Fisichella, a proposta é dirigida a toda a Igreja, com intenção de poder criar uma tradição, que anualmente seja repetida no quarto domingo da Quaresma.
A ideia é que, a partir das 17h do dia 28 de março, durante 24 horas, pelo menos uma igreja em cada diocese possa permanecer aberta para permitir que todos que desejarem celebrem o Sacramento da Penitência, de preferência em um contexto de adoração eucarística. Tudo deve ser pastoralmente preparado de acordo com as próprias possibilidades da diocese.
Em Roma, a iniciativa será presidida pelo Papa Francisco com uma celebração penitencial na Basílica de São Pedro. Terminada a celebração, as confissões continuarão em algumas igrejas do centro histórico, que permanecerão abertas para acolher “todos aqueles que desejam encontrar o Senhor e experimentar a sua misericórdia”. A celebração, unida à adoração eucarística, continuará até as 16h de sábado, dia 29 de março, para terminar às 17h, com a celebração das Primeiras Vésperas, na Igreja de Santo Spirito in Sassia, santuário romano da Divina Misericórdia.
“A Nova Evangelização tem entre suas tarefas aquela de tornar mais central o Sacramento da Penitência. Por esta razão, propomos valorizar ao máximo o tempo da Quaresma como momento particularmente adequado para viver a experiência de evangelização à luz do Sacramento da Penitência”, escreveu Dom Rino.
Embora em construção, o novo site do pontifício conselho, www.novaevangelizatio.va, vai disponibilizar em breve um subsídio pastoral útil para viver tal iniciativa nas paróquias e nas comunidades. A motivação também é feita pelas redes sociais, como a página do Facebook:https://www.facebook.com/AnnoDellaFede, e com a hashtag #24oreperilSignore (em português, #24horasparaoSenhor), que reunirá testemunhos e partilhas da ação em várias partes do mundo.

Mensagem do meu Bispo: Dom Manoel Delson Pedreira da Cruz, OFMCap

Autor: Dom Manoel Delson Pedreira da Cruz, OFMCap*
Data: 10/03/2014


A Igreja do Brasil realiza nesse tempo da Quaresma a Campanha da Fraternidade. O tema é: “Fraternidade e Tráfico Humano”. Surpreende-nos que nesses tempos de tanto desenvolvimento e avanços civilizatórios persistam crimes contra a dignidade do ser humano como o tráfico de pessoas e sua exploração. Os dados das Nações Unidas indicam que passam de 2 milhões de pessoas traficadas em todo o mundo. O Brasil sofre também com a prática deste crime, principalmente meninas, adolescentes e jovens que são submetidos a situações degradantes de prostituição, tráfico de drogas, comércio de órgãos e trabalho forçado.

A Igreja vem alertar o país e denunciar estes crimes que ferem a dignidade das pessoas. A simples constatação destes fatos nos causa indignação e precisamos manifestar o nosso repúdio. Ações concretas precisam ser feitas urgentemente para evitar que nossos semelhantes sofram estas práticas abomináveis.

Sabe-se que o tráfico humano acontece por causa do dinheiro. São pessoas ávidas de dinheiro, gananciosas, que fazem organizações criminosas para explorar o ser humano fragilizado por tantas circunstâncias.

O lema é tirado da Carta de São Paulo aos Gálatas (5,1): “É para a liberdade que Cristo vos libertou”. O dom de Jesus para todo ser humano deve ser respeitado. Ninguém tem o direito de tirar a liberdade do outro. Fazê-lo é crime. As leis internacionais e nacionais condenam esta prática nefasta.

Nesta Quaresma, vamos refletir sobre esta realidade e dar o nosso grito de alerta e nos nossos ambientes trabalhar para evitar este grande mal contra a humanidade. Rezemos e façamos sacríficos para tornar o nosso mundo mais justo e fraterno.


*Bispo Diocesano de Campina Grande – PB.

Papa quer defesa do modelo cristão de casamento na África


O Papa Francisco pediu nesta segunda-feira aos bispos africanos que promovam o "modelo cristão" do casamento ante a poligamia e as uniões mistas de católicos com muçulmanos e animistas, muito frequentes no continente.
Diante de três bispos da Guiné que visitam o Vaticano, Francisco falou pela primeira vez de como encara os desafios do catolicismo na África.
"Eu os incentivo a apoiar as famílias cujo modelo cristão deve ser proposto e a que vivam sem ambiguidade, frente a uma poligamia que continua extensa", assim como os matrimônios com não batizados "cada vez mais frequentes" na África, escreveu o papa em uma carta entregue aos bispos.
Francisco elogiou os religiosos que "cumprem, geralmente em uma situação de grande pobreza", uma "verdadeira evangelização pelos atos", "dando testemunho autêntico da ternura de Deus [...] com os mais pobres e os mais frágeis".
Ao mesmo tempo, o papa pediu ao clero africano que "rejeite o mundanismo e as ânsias de carreira", ao destacar que o "sacerdócio não é um meio de ascensão social". Algumas famílias enviam seus filhos ao seminário pensando que com isto o futuro está garantido, recordou.
Francisco também mencionou a questão do celibato, ao afirmar que os futuros sacerdotes devem ser formados com a consciência desde o seminário "para enfrentar na verdade as exigências do celibato eclesiástico, e ter a relação adequada com os bens materiais".
O clero africano se viu envolvido em escândalos relacionados com seu modo de vida. No entanto, cada vez mais bispos, nomeados sobretudo por Bento XVI, estão rompendo com estas práticas.
O papa argentino também convidou os bispos a prosseguir com o diálogo com os muçulmanos.
Ele disse que é preciso "aprofundar as relações, aprendendo mutuamente a aceitar formas diferentes de ser, de pensar e de expressão".
Também criticou as seitas "que aproveitam a pobreza e a credulidade das pessoas para propor soluções fáceis, mas ilusórias".
Nos últimos anos proliferaram por todo o continente grupos pentecostais que prometem curas e milagres de todo tipo em troca de dinheiro.

sábado, 22 de março de 2014

Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma de 2014


















Fez-Se pobre, para nos enriquecer com a sua pobreza (cf. 2 Cor 8, 9)
Queridos irmãos e irmãs!
Por ocasião da Quaresma, ofereço-vos algumas reflexões com a esperança de que possam servir para o caminho pessoal e comunitário de conversão. Como motivo inspirador tomei a seguinte frase de São Paulo: «Conheceis bem a bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, Se fez pobre por vós, para vos enriquecer com a sua pobreza» (2 Cor 8, 9). O Apóstolo escreve aos cristãos de Corinto encorajando-os a serem generosos na ajuda aos fiéis de Jerusalém que passam necessidade. A nós, cristãos de hoje, que nos dizem estas palavras de São Paulo? Que nos diz, hoje, a nós, o convite à pobreza, a uma vida pobre em sentido evangélico?
A graça de Cristo
Tais palavras dizem-nos, antes de mais nada, qual é o estilo de Deus. Deus não Se revela através dos meios do poder e da riqueza do mundo, mas com os da fragilidade e da pobreza: «sendo rico, Se fez pobre por vós». Cristo, o Filho eterno de Deus, igual ao Pai em poder e glória, fez-Se pobre; desceu ao nosso meio, aproximou-Se de cada um de nós; despojou-Se, «esvaziou-Se», para Se tornar em tudo semelhante a nós (cf. Fil 2, 7; Heb 4, 15). A encarnação de Deus é um grande mistério. Mas, a razão de tudo isso é o amor divino: um amor que é graça, generosidade, desejo de proximidade, não hesitando em doar-Se e sacrificar-Se pelas suas amadas criaturas. A caridade, o amor é partilhar, em tudo, a sorte do amado. O amor torna semelhante, cria igualdade, abate os muros e as distâncias. Foi o que Deus fez connosco. Na realidade, Jesus «trabalhou com mãos humanas, pensou com uma inteligência humana, agiu com uma vontade humana, amou com um coração humano. Nascido da Virgem Maria, tornou-Se verdadeiramente um de nós, semelhante a nós em tudo, excepto no pecado» (CONC. ECUM. VAT. II, Const. past. Gaudium et spes, 22).
A finalidade de Jesus Se fazer pobre não foi a pobreza em si mesma, mas – como diz São Paulo – «para vos enriquecer com a sua pobreza». Não se trata dum jogo de palavras, duma frase sensacional. Pelo contrário, é uma síntese da lógica de Deus: a lógica do amor, a lógica da Encarnação e da Cruz. Deus não fez cair do alto a salvação sobre nós, como a esmola de quem dá parte do próprio supérfluo com piedade filantrópica. Não é assim o amor de Cristo! Quando Jesus desce às águas do Jordão e pede a João Batista para O batizar, não o faz porque tem necessidade de penitência, de conversão; mas fá-lo para se colocar no meio do povo necessitado de perdão, no meio de nós pecadores, e carregar sobre Si o peso dos nossos pecados. Este foi o caminho que Ele escolheu para nos consolar, salvar, libertar da nossa miséria. Faz impressão ouvir o Apóstolo dizer que fomos libertados, não por meio da riqueza de Cristo, mas por meio da sua pobreza. E todavia São Paulo conhece bem a «insondável riqueza de Cristo» (Ef 3, 8), «herdeiro de todas as coisas» (Heb 1, 2).
Em que consiste então esta pobreza com a qual Jesus nos liberta e torna ricos? É precisamente o seu modo de nos amar, o seu aproximar-Se de nós como fez o Bom Samaritano com o homem abandonado meio morto na berma da estrada (cf. Lc 10, 25-37). Aquilo que nos dá verdadeira liberdade, verdadeira salvação e verdadeira felicidade é o seu amor de compaixão, de ternura e de partilha. A pobreza de Cristo, que nos enriquece, é Ele fazer-Se carne, tomar sobre Si as nossas fraquezas, os nossos pecados, comunicando-nos a misericórdia infinita de Deus. A pobreza de Cristo é a maior riqueza: Jesus é rico de confiança ilimitada em Deus Pai, confiando-Se a Ele em todo o momento, procurando sempre e apenas a sua vontade e a sua glória. É rico como o é uma criança que se sente amada e ama os seus pais, não duvidando um momento sequer do seu amor e da sua ternura. A riqueza de Jesus é Ele ser o Filho: a sua relação única com o Pai é a prerrogativa soberana deste Messias pobre. Quando Jesus nos convida a tomar sobre nós o seu «jugo suave» (cf. Mt 11, 30), convida-nos a enriquecer-nos com esta sua «rica pobreza» e «pobre riqueza», a partilhar com Ele o seu Espírito filial e fraterno, a tornar-nos filhos no Filho, irmãos no Irmão Primogénito (cf. Rm 8, 29).
Foi dito que a única verdadeira tristeza é não ser santos (Léon Bloy); poder-se-ia dizer também que só há uma verdadeira miséria: é não viver como filhos de Deus e irmãos de Cristo.
O nosso testemunho
Poderíamos pensar que este «caminho» da pobreza fora o de Jesus, mas não o nosso: nós, que viemos depois d'Ele, podemos salvar o mundo com meios humanos adequados. Isto não é verdade. Em cada época e lugar, Deus continua a salvar os homens e o mundo por meio da pobreza de Cristo, que Se faz pobre nos Sacramentos, na Palavra e na sua Igreja, que é um povo de pobres. A riqueza de Deus não pode passar através da nossa riqueza, mas sempre e apenas através da nossa pobreza, pessoal e comunitária, animada pelo Espírito de Cristo.
À imitação do nosso Mestre, nós, cristãos, somos chamados a ver as misérias dos irmãos, a tocá-las, a ocupar-nos delas e a trabalhar concretamente para as aliviar. A miséria não coincide com a pobreza; a miséria é a pobreza sem confiança, sem solidariedade, sem esperança. Podemos distinguir três tipos de miséria: a miséria material, a miséria moral e a miséria espiritual. A miséria material é a que habitualmente designamos por pobreza e atinge todos aqueles que vivem numa condição indigna da pessoa humana: privados dos direitos fundamentais e dos bens de primeira necessidade como o alimento, a água, as condições higiênicas, o trabalho, a possibilidade de progresso e de crescimento cultural. Perante esta miséria, a Igreja oferece o seu serviço, a sua diaconia, para ir ao encontro das necessidades e curar estas chagas que deturpam o rosto da humanidade. Nos pobres e nos últimos, vemos o rosto de Cristo; amando e ajudando os pobres, amamos e servimos Cristo.
O nosso compromisso orienta-se também para fazer com que cessem no mundo as violações da dignidade humana, as discriminações e os abusos, que, em muitos casos, estão na origem da miséria. Quando o poder, o luxo e o dinheiro se tornam ídolos, acabam por se antepor à exigência duma distribuição equitativa das riquezas. Portanto, é necessário que as consciências se convertam à justiça, à igualdade, à sobriedade e à partilha.
Não menos preocupante é a miséria moral, que consiste em tornar-se escravo do vício e do pecado. Quantas famílias vivem na angústia, porque algum dos seus membros – frequentemente jovem – se deixou subjugar pelo álcool, pela droga, pelo jogo, pela pornografia! Quantas pessoas perderam o sentido da vida; sem perspectivas de futuro, perderam a esperança! E quantas pessoas se vêem constrangidas a tal miséria por condições sociais injustas, por falta de trabalho que as priva da dignidade de poderem trazer o pão para casa, por falta de igualdade nos direitos à educação e à saúde. Nestes casos, a miséria moral pode-se justamente chamar um suicídio incipiente. Esta forma de miséria, que é causa também de ruína econômica, anda sempre associada com a miséria espiritual, que nos atinge quando nos afastamos de Deus e recusamos o seu amor. Se julgamos não ter necessidade de Deus, que em Cristo nos dá a mão, porque nos consideramos auto-suficientes, vamos a caminho da falência. O único que verdadeiramente salva e liberta é Deus.
O Evangelho é o verdadeiro antídoto contra a miséria espiritual: o cristão é chamado a levar a todo o ambiente o anúncio libertador de que existe o perdão do mal cometido, de que Deus é maior que o nosso pecado e nos ama gratuitamente e sempre, e de que estamos feitos para a comunhão e a vida eterna. O Senhor convida-nos a sermos jubilosos anunciadores desta mensagem de misericórdia e esperança. É bom experimentar a alegria de difundir esta boa nova, partilhar o tesouro que nos foi confiado para consolar os corações dilacerados e dar esperança a tantos irmãos e irmãs imersos na escuridão. Trata-se de seguir e imitar Jesus, que foi ao encontro dos pobres e dos pecadores como o pastor à procura da ovelha perdida, e fê-lo cheio de amor. Unidos a Ele, podemos corajosamente abrir novas vias de evangelização e promoção humana.
Queridos irmãos e irmãs, possa este tempo de Quaresma encontrar a Igreja inteira pronta e solícita para testemunhar, a quantos vivem na miséria material, moral e espiritual, a mensagem evangélica, que se resume no anúncio do amor do Pai misericordioso, pronto a abraçar em Cristo toda a pessoa. E poderemos fazê-lo na medida em que estivermos configurados com Cristo, que Se fez pobre e nos enriqueceu com a sua pobreza. A Quaresma é um tempo propício para o despojamento; e far-nos-á bem questionar-nos acerca do que nos podemos privar a fim de ajudar e enriquecer a outros com a nossa pobreza. Não esqueçamos que a verdadeira pobreza dói: não seria válido um despojamento sem esta dimensão penitencial. Desconfio da esmola que não custa nem dói.
Pedimos a graça do Espírito Santo que nos permita ser «tidos por pobres, nós que enriquecemos a muitos; por nada tendo e, no entanto, tudo possuindo» (2 Cor 6, 10). Que Ele sustente estes nossos propósitos e reforce em nós a atenção e solicitude pela miséria humana, para nos tornarmos misericordiosos e agentes de misericórdia. Com estes votos, asseguro a minha oração para que cada crente e cada comunidade eclesial percorra frutuosamente o itinerário quaresmal, e peço-vos que rezeis por mim. Que o Senhor vos abençoe e Nossa Senhora vos guarde!
Vaticano, 26 de Dezembro de 2013
Festa de Santo Estêvão, diácono e protomártir.
Francisco

sexta-feira, 21 de março de 2014

Ainda há tempo para conversão, diz Papa aos mafiosos

Durante o encontro foram lidos 900 nomes de vítimas da máfia italiana, entre eles, 80 crianças
Liliane Borges
Da Redação
Papa participa de vigíla de oração pelas vítimas da máfia
“Quero expressar a minha solidariedade aos que são vitimas da violência mafiosa”, declarou o Papa / Foto: Reprodução CTV
O Papa Francisco participou nesta sexta-feira, 21, da Vigília de Oração pelas vítimas da máfia. O encontro foi promovido pela Fundação “Libera” na Igreja de São Gregório VII, ao lado do Vaticano. O evento faz parte das iniciativas da 19ª Jornada pelas vítimas inocentes das máfias.
O idealizador da Vigília, padre Luigi Ciotti, fez a saudação inicial aos participantes e deu as boas vindas ao Papa Francisco. “Temos não somente um pai entre nós, mas o sentimos como um irmão que nos entende”, declarou sobre a visita do Pontífice.
O sacerdote destacou que a Máfia tenta “assassinar a esperança” e por esse motivo é necessário ter atenção aos que sofrem, vítimas dos criminosos. Pediu que as autoridades políticas tomem medidas concretas para evitar que novas mortes aconteçam.
Durante o encontro foram lidos 900 nomes das vítimas do tráfico italiano, entre os quais, 80 crianças assassinas por criminosos.
O Papa, em sua breve colocação, afirmou que estava na vigília para dividir com todos a esperança que é capaz de vencer o mal e a corrupção. “Eu sei que vocês têm muita esperança e eu quero partilhá-la com vocês e garantir-lhes a minha proximidade”, declarou.
“Quero expressar a  minha solidariedade aos que são vítimas da violência mafiosa: Obrigado pelo testemunho, porque vocês não se fecharam, mas se abriram para contar a vossa história de dor e de esperança”, afirmou o Papa.
Francisco recordou, com pesar, a morte cruel de um menino de oito anos, vítima da máfia na província de Taranto. “Quero rezar com vocês para que não percam a força de ir adiante e não desanimem na luta contra a corrupção”, enfatizou.
“Sinto que não posso terminar sem dizer uma palavra aos protagonistas desse mal, aos homens e mulheres mafiosos: Por favor, mudem de vida, convertam-se, parem de fazer o mal!”, pediu Francisco.
O Papa afirmou ainda, que iria rezar pela conversão dos mafiosos e destacou a ilusão do prazer, alegria e felicidade trazidos pelo crime.
“O poder e o dinheiro  que vocês têm agora, de tantos negócios sujos e crimes mafiosos, um dinheiro ensaguentado, um poder ensaguentado, vocês não poderão levar para a vida eterna. Ainda há tempo para vocês se converterem e não terminarem no inferno”, exortou.
No final da Vigília, o Papa pediu a todos que rezassem juntos por todas as vítimas do crime e violência. Após a bênção, cumprimentou alguns familiares de pessoas que perderam a vida por causa da máfia.

Cardeal Odilo Scherer explica o tempo da Quaresma


Quantas vezes por dia podemos comungar?



Pergunta:
 
Caro Pe. Angelo, meu nome é Carlo e eu tenho algumas dúvidas sobre as disposições da Igreja relativas à Santíssima Eucaristia:
 
1. Quantas vezes por dia podemos comungar? A pergunta surge porque eu vejo quase todos os dias uma pessoa (que já tem uma idade avançada) comungando várias vezes. O que eu sabia é que podemos receber a Santíssima Comunhão uma vez por dia ou, em casos excepcionais, duas vezes.
 
2. A Igreja nos pede uma hora de jejum antes da Santa Missa. Há também disposições sobre tempo de jejum depois da Santíssima Comunhão?
 
Agradeço pela atenção e envio um grande abraço de Trieste.
 
Louvado seja Jesus Cristo, para sempre seja louvado!
 
 
Resposta do Pe. Angelo:
 
Caro Carlo,
 
1. O Código de Direito Canônico, no cânon 917, diz: "Quem já recebeu a Santíssima Eucaristia pode recebê-la uma segunda vez no mesmo dia, mas somente durante a celebração eucarística da qual participa". Portanto, qualquer pessoa pode receber a Sagrada Comunhão uma segunda vez no mesmo dia, desde que seja durante a missa.
 
2. Comungar mais do que duas vezes não é permitido. No passado, só podíamos comungar uma vez por dia. Esta disposição da Igreja pretendia evitar a rotina e a diminuição do fervor.
 
3. Não existem disposições sobre tempo de jejum após a comunhão. As normas litúrgicas preveem um momento de silêncio durante e após a celebração da missa. De acordo com os teólogos, a presença de Jesus no sacramento dura entre 10 e 15 minutos. Então, é esse o tempo que convém reservar para fazer adoração e permanecer em verdadeira comunhão.
 
4. A sua pergunta me dá a oportunidade de recordar a necessidade de estarmos com nosso Senhor depois que recebemos a hóstia consagrada. Veja o que diz a instrução "Inestimabile donum" (03/04/1980): "Recomende-se que os fiéis não descuidem, após a Comunhão, o agradecimento justo e adequado, seja na própria celebração, com um tempo de silêncio, com um hino ou com outro canto de louvor, seja depois da celebração, permanecendo em oração durante um período oportuno de tempo" (nº 17). Infelizmente, muitos sequer conhecem esta disposição.
 
5. Quanto à conveniência e à necessidade de se estar durante mais tempo em silêncio e em comunhão recolhida com o Senhor, a encíclica “Mediator Dei” nos diz: "Afastam-se do reto caminho aqueles que, mais atentos às palavras do que ao pensamento, dizem e ensinam que, encerrada a missa, não se deve estender o agradecimento... Esses atos, na verdade, próprios de cada um, são absolutamente necessários para se desfrutar muito mais abundantemente de todos os tesouros sobrenaturais de que é rica a Eucaristia e para transmiti-los aos outros de acordo com as próprias necessidades... Por que, então, não haveríamos de louvar aqueles que persistem na íntima familiaridade com o divino Redentor, não só para demorar-se com Ele suavemente, mas, em especial, para lhe pedir ajuda a fim de retirar da alma tudo o que pode diminuir a eficácia do Sacramento, de modo a fazerem tudo aquilo que venha a favorecer a presentíssima ação de Jesus? Instamo-los, pois, a fazê-lo. Assim, intimamente juntos de Cristo, procuramos quase submergir em sua santíssima alma e unir-nos a ele para participar dos atos de adoração com que oferece à Trindade o mais grato e agradável tributo" (nº 120-123).
 
6. De acordo com os mestres da vida espiritual, o agradecimento ou recolhimento após a Eucaristia é um dos momentos mais santificantes da vida espiritual. Escreve Santo Afonso: "O diretor espiritual aconselha que, depois da Comunhão, nos detenhamos em agradecimento. Há muito poucos diretores espirituais que recomendam a ação de graças assiduamente, que inculcam o ato de agradecimento durante um espaço de tempo considerável. A razão é que há muito poucos sacerdotes que fazem esse agradecimento e, por isso, se envergonham de recomendar aos outros aquilo que eles próprios não fazem. A ação de graças, normalmente, deveria durar uma hora. Faça-se ao menos meia hora, em que a alma se exercite no amor e na confiança" (Praxis Confessarii, IX, 5,155).
 
Faço minha a sua saudação religiosa, rezo por você e o abençoo!
 
Pe. Angelo

Confissões de um maçom





Ser maçom facilitou minha ascensão profissional. No entanto, em 1983, tive grandes dificuldades profissionais. Ao mesmo tempo, a saúde da minha esposa Claude me preocupava cada vez mais. Ela apresentava problemas digestivos graves e muito dolorosos. Quase não comia. Nenhum tratamento, nem científico nem oculto, conseguia resolver seus males.

Eu propus a Claude que saísse da Grã-Bretanha e fosse passar uns dias em Font Romeu, levando em consideração os benefícios de uma mudança de clima. No início de fevereiro de 1984, eu a levei até lá, deitada no carro. Infelizmente, ela teve de permanecer de cama durante todo esse período.

Um choque cosmo-telúrico

Então, tive uma ideia muito estranha para um ateu. Eu lhe propus que, na viagem de volta, passássemos por Lourdes. Eu esperava que isso provocasse nela um choque psicológico salvador ou um choque cosmo-telúrico. Segundo minhas pesquisas em radiestesia e geobiologia, este lugar se encontrava situado em um cruzamento de correntes telúricas.
O choque foi imenso! Seu marido – médico, maçom e anticlerical – lhe sugeria ir a Lourdes! Cristã no segredo do seu coração, Claude começou a temer que um fracasso deste passo aumentasse meu ceticismo e ateísmo.
Em Lourdes, fomos à Gruta na qual os cristãos acreditam que Nossa Senhora apareceu a uma jovem pastora, Bernardette; depois, fomos às piscinas nas quais os doentes vindos em peregrinação se submergiam, acreditando que aquela água fosse milagrosa.
Confiando Claude aos especialistas do local, busquei refúgio em uma cripta. Estavam celebrando uma Missa. Escutei com atenção. Em um determinado momento, o padre se levantou e leu estas palavras: “Pedi e se vos dará. Buscai e achareis. Batei e vos será aberto”.
Esta frase, que eu tinha ouvido muitas vezes em ritos de iniciação maçônicos, era uma palavra desse Jesus que eu considerava um sábio e um grande iniciado, mas não o Senhor! Seguiu-se um grande momento de silêncio e escutei claramente uma doce voz que me dizia: “Está bem, você pede a cura de Claude, mas o que você tem a oferecer?”.
Fascinado por estas palavras interiores, só voltei aos meus sentidos no momento em que o sacerdote elevou a Hóstia e no qual, pela primeira vez, reconheci Cristo neste humilde pedaço de pão: era a Luz que eu havia buscado, em vão, em inúmeras iniciações.
Em um instante e como resposta, só vi a mim mesmo como oferenda. Eu, o ateu, anticlerical durante mais de 40 anos...
No final da Missa, segui o padre até a sacristia e pedi que ele me batizasse, sem suspeitar que era necessária toda uma preparação para receber este sacramento. Ele me explicou o procedimento e me encaminhou ao arcebispo de Rennes.

Minha nova vida

Motivado pela experiência que acabara de viver, fui encontrar Claude. Ela pôde constatar a nova alegria que emanava de mim. Na viagem de volta, minha curiosidade insaciável pela fé e pela vida cristã, pela maneira de rezar, bem como meu desejo de ser batizado, convenceram-na da veracidade da minha transformação.
Foram meus primeiros passos em minha nova vida. Cada vez mais atraído por esta Luz que eu havia visto em Lourdes, retirei pouco a pouco, com muita dificuldade, todo vínculo com o ocultismo e a maçonaria.
Começou para mim uma existência orientada ao amor a Deus e aos outros.
Com relação a Claude, ela recuperou a saúde inesperadamente.

(Artigo publicado originalmente em L’1visibile)

Quaresma: Por que fazemos abstinência de carne?

A abstinência de carne e o jejum são orientados pela Igreja para recordar o amor de Cristo, que morre na Cruz por nós.
É um sacrifício em memória da Paixão de Cristo, que entregou a sua carne para nos reconciliar. É um pequeno sacrifício em comparação ao que Cristo fez por nós. O Missionário Redentorista, padre Luiz Carlos de Oliveira afirmou que muitos fiéis faziam abstinência de carne pensando que, evitando a carne, seria mais fácil vencer os vícios. “A abstinência de carne é um costume generalizado entre muitas religiões. Esta prática é entendida de diversos modos. Alguns pensam que o ser humano e carne e espírito como opostos. É o princípio dualista. Procura-se eliminar o que é carnal para desenvolver a parte espiritual. É o princípio do bem e do mal. Pode-se também lembrar essa identificação da carne humana como geradora do mal, do pecado. Coibindo o uso da carne, dominamos os instintos carnais e assim se eleva o espiritual. Passou-se então a desprezar tudo o que é humano como animalesco em função da beleza do espiritual”, afirmou.
 
"Não basta só abster-se de carne. Ela que é um aspecto simbólico de tantos males dos quais temos que nos abster". 
Padre Luiz Carlos explica que Jesus não pensou assim e ensinou a unidade do espiritual e do material. “O ser humano é matéria, mas é também espiritual, não em oposição, mas na mútua complementariedade. Falamos de ressurreição da carne. A carne, nosso modo de existir, faz parte do projeto amoroso de Deus para a felicidade das pessoas”. “Não podemos negar as tendências ao mal. As tentações existem. Não basta só abster-se de carne. Ela que é um aspecto simbólico de tantos males dos quais temos que nos abster”, completou.
O Missionário Redentorista lembra que a Igreja do Brasil propõe que todas as sextas-feiras do ano, sejam dias de penitência, e que pode também não se comer carne como penitência.
Qual a diferença da abstinência de carne e do jejum?
Padre Luiz Carlos nos explica que o jejum é mais amplo que a abstinência de carne. É praticado por opção da pessoa nos outros dias que não são de obrigação. Atualmente, nas normas da Igreja, o jejum é obrigatório somente na Quarta-Feira de Cinzas e na Sexta-Feira Santa.
 
O jejum é um remédio muito bom para nos equilibrar no relacionamento com as coisas criadas. 
“O jejum tem um sentido espiritual e não somente uma prática de tratamento do corpo, o que pode ser beneficiado. O jejum religioso é prática antiga entre os judeus e os cristãos assumiram esta prática. Jesus criticou muito o jejum feito para aparecer, sem uma vida coerente de justiça e caridade. Não adianta tirar a comida se não tiramos a gordura que pesa nosso coração”, afirmou.
De acordo com o Missionário Redentorista o jejum é um remédio muito bom para nos equilibrar no relacionamento com as coisas criadas. É preciso saber dominar-se diante das coisas boas, para que não se tornem perniciosas. “Comer é bom, mas com o equilíbrio. Quanto há um mundo os que passam fome, há os que exageram na comida. Pior ainda é o desperdício que ofende o ser humano necessitado”.
Padre Luiz Carlos lembra que não podemos ser escravos dos bens criados, pois seremos dominadores dos necessitados e colocaremos Deus de lado, perdendo assim a harmonia que deve haver em nosso ser humano e espiritual. “A prática do Jejum imita os 40 dias de Jesus no deserto. Ali se preparou para sua missão. Quem sabe, nas decisões de nossa vida, não fosse bom prepará-la com o jejum e a oração.  A liturgia deste tempo fala muito de jejum, mas não vejo que ele aconteça. Quem sabe devamos repensar seu sentido e seu uso”, completou.