quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Cristãos no Iraque: “preferimos morrer a esconder a nossa cruz”

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Cristãos num abrigo em Erbil, Iraque. Foto: Ahmed Jalil/EPA
Das igrejas fizeram casa. Continuam a ir à missa – rezam pela paz. Mas onde havia milhares de cristãos, como em Mossul, não há agora nenhum.
“A vida deles está completamente virada do avesso”, diz à Renascença , a partir do Iraque, um elemento da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre.
De um dia para o outro, tudo mudou para os cristãos no Iraque. Entre conversão ao Islã ou o pagamento do imposto exigido pelo autoproclamado Estado Islâmico, não tiveram escolha. Deixaram tudo para trás. No meio do desespero não sobrou tempo para preparos. Muitos fugiram de mãos vazias e sem dinheiro nos bolsos.
“Os refugiados estão a abrigar-se em igrejas, alguns deles estão em parques a viver em tendas. Nesta altura do ano, as temperaturas atingem os 43, 45 graus. São condições muito difíceis”.
Regina Lynch, directora de projectos da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), organização dependente do Vaticano.
“Conhecemos uma família que demorou cinco horas a fazer uma viagem que normalmente demoraria uma hora e meia. Eram 24 pessoas numa carro que transporta oito no máximo. Isto mostra a forma desesperada como as pessoas tiveram que abandonar a região”, conta, por telefone.
Com Regina Lynch, estão no Iraque o presidente internacional da AIS, Johannes von Heereman, e a directora de comunicação, Maria Lozano. Querem conhecer de perto os cristãos perseguidos e as suas necessidades. Querem lembrar-lhes que não estão sós e dar-lhes voz.
A vida “do avesso”
“Há pessoas a viver em abrigos e que estão a ser registadas neste momento. Há muitos a viver com familiares em casas sobrelotadas. É difícil ter um número exato, mas sabemos que há cerca de 70 mil refugiados à volta de Ankawa e 60 mil nas áreas a norte de Mossul. Mas a todo o momento há pessoas a chegar, famílias a bater à porta à procura de lugar para ficar”, conta Lynch.
A AIS já recolheu e enviou mais de 230 mil euros para a Igreja do Iraque. O apoio vai permitir suportar necessidades básicas de milhares de cristãos iraquianos refugiados.
São urgentes “alimentos, colchões, ventiladores, frigoríficos”. E alguém que os escute. “Os refugiados viram-se para a Igreja e esperam que a Igreja os ajude. Que os ajude a resolver os problemas. Outras vezes só esperam que alguém possa ouvi-los”.
Têm muito para contar. Num abrir e fechar os olhos, a vida que conheciam deixou de existir. Em 2003, só em Mossul, viviam 35 mil cristãos. Pela primeira vez em dois mil anos, não sobra um único.
“As pessoas que conhecemos estão muito traumatizadas porque aconteceu tudo muito rápido. Os cristãos em Mossul, por exemplo, achavam que o exército do Governo ia protegê-los. Foi um choque para eles. A vida deles está completamente virada do avesso”.
“Esta é a nossa casa, esta é a nossa história”
A delegação da AIS chegou na quarta-feira ao Iraque para uma viagem de cinco dias. Visitaram Ankawa, um subúrbio cristão da cidade de Erbil que acolhe muitos dos que fugiram de Qaraqosh. Passaram por Dohuk, onde, vindos de Mossul, cristãos em fuga procuraram refúgio. Reúnem-se com bispos, visitam abrigos, ouvem esperanças e vontades.
“Alguns dizem que querem sair, que querem emigrar. Outros contam que querem voltar para as suas aldeias, para as suas casas porque estão lá há gerações e gerações. Dizem: ‘esta é a nossa casa, esta é a nossa história’. Mas só podem voltar se houver alguma espécie de protecção internacional, uma garantia de que isto não vai acontecer outra vez”.
O Patriarca Caldeu do Iraque, D. Louis Sako, tem-se desdobrado em apelos. A ele, já se juntaram os bispos da Europa numa carta enviada esta semana ao Conselho de Segurança das Nações Unidas. Pedem decisões urgentes para “para pôr fim às atrocidades cometidas contra os cristãos e outras minorias religiosas no Iraque”.
Uma cruz tatuada
Por enquanto, resta confiar na generosidade dos que no terreno fazem de tudo para ajudar.
“Soubemos de uma vila cristã que não teria mais de 60 famílias e que agora tem mais 250 famílias cristãs refugiadas. Dá para imaginar o impacto que isto tem na comunidade. As pessoas são muito generosas. Fazem tudo para ajudar os refugiados”.
Pouco sabem do que vem a seguir. “É difícil para eles perceber como é que a situação se vai desenvolver. Alguns expressaram-nos o desejo, a esperança, de que uma equipa internacional de manutenção de paz entre no país e garanta a sua protecção. Outros esperam que os peshmerga, as tropas curdas, ganhem força para lutar contra o Estado Islâmico.”
Regina Lynch ficou “muito comovida com a fé” dos cristãos iraquianos.
“Hoje falámos com uma senhora de idade que tem uma cruz tatuada na mão e contamos-lhe como hoje em dia na Europa são poucas as pessoas que usam cruzes. Ela respondeu: ‘nós preferimos morrer a esconder a nossa cruz’”.

Satanistas devolvem hóstia consagrada à arquidiocese de Oklahoma após início de ação judicial da Igreja

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hóstia consagrada que um satanista da cidade norte-americana de Oklahoma tinha declarado que usaria na realização pública de uma “missa negra” no mês que vem foi entregue à arquidiocese local. A informação é da própria arquidiocese.
 
Um dia depois de o arcebispo dom Paul Coakley dar início a um processo contra Adam Daniels, o líder do grupo satânico que planeja realizar a “missa negra” no Centro Cívico de Oklahoma, o satanista concordou em entregar ao arcebispado a hóstia consagrada.
 
“Um advogado representante do líder do grupo satânico entregou a hóstia a um padre católico na quinta-feira à tarde”, comunicou o site da arquidiocese. “Com a devolução da hóstia e com a assinatura de um documento por parte do líder do grupo satânico afirmando que o grupo não possui mais nenhuma hóstia consagrada nem usará qualquer hóstia consagrada em seus rituais, o arcebispo concordou em retirar a ação judicial”.
 
“Eu estou aliviado porque nós conseguimos a devolução da hóstia consagrada e porque impedimos a sua profanação nesse ritual satânico”, disse o arcebispo. “[Mas] continuo preocupado com os poderes obscuros que essa adoração satânica está convidando a penetrar em nossa comunidade e com o perigo espiritual que tudo isso representa para todas as pessoas que estão direta ou indiretamente envolvidas”.
 
Dom Coakley fez reiterados pedidos às autoridades da cidade de Oklahoma para que seja cancelado o ritual satânico agendado para acontecer em um espaço público.
 
Entretanto, o próprio fato de o Centro Cívico de Oklahoma ser um espaço público é alegado pelas autoridades locais para negar os pedidos de cancelamento da missa negra. Jim Brown, gerente geral do Centro Cívico, citou a constituição dos EUA para explicar que, “como serviço público, nós somos obrigados a alugar o centro para quaisquer organizações e indivíduos, desde que eles respeitem as nossas políticas e procedimentos”.
 
O escritório de advocacia que representa a arquidiocese na ação judicial anunciou hoje a decisão de Daniels. O advogado Michael Caspino disse que Daniels e seu grupo, o Dakhma de Angra Mainyu, obtiveram a hóstia consagrada em circunstâncias fraudulentas.
 
Ontem, após o arquivamento do processo, Daniels disse à Aleteia, em entrevista por e-mail, que um padre católico que vive fora dos EUA é membro da Dakhma de Angra Mainyu e tinha consagrado a hóstia a ser usada na missa negra planejada para ocorrer no Oklahoma City Civic Center.
 
“Daniels concordou hoje em nos entregar esta propriedade sagrada. Não tínhamos dúvidas de que o tribunal respeitaria o nosso argumento, enraizado no direito civil e no direito canônico, de que todas as hóstias consagradas pertencem à Igreja. Esta é uma grande vitória da decência e do respeito por todas as religiões. Toda vez que alguém tentar profanar esta propriedade sagrada, nós vamos detê-lo”.
 
“Uma parte fundamental da missa negra é a profanação ou a destruição de uma hóstia consagrada”, lembra Caspino. “Sem essa propriedade sagrada, a missa negra não tem absolutamente nenhum significado. Este grupo não poderá manter o seu ritual satânico do jeito que tinha planejado”.
 
Mas, em comunicado divulgado na noite de ontem, Daniels afirma que ainda tem algo que pode usar no ritual:
 
“Eu, Dastur Adam Daniels, entreguei esta hóstia consagrada ao Arcebispo Paul Coakley. A razão dessa entrega se baseia unicamente no fato de que eu me recuso a desperdiçar milhares de dólares brigando por uma bolachinha nojenta sobre a qual um homem fez uma oração. A missa negra de Oklahoma vai continuar, conforme planejado, com a hóstia original que tem sido usada desde 1666, feita de pão preto. Nada mudou e nós prosseguiremos na adoração do diabo e na blasfêmia contra Deus em espaço público”.
 
Num e-mail posterior, Daniels explicou: “Desde a primeira missa negra pública em 1666, um pão preto tem sido usado como hóstia. Nós vamos usar essa hóstia na consagração da missa negra”.
 
De acordo com um site de vendas de ingressos, o evento parece ter vendido até agora cerca de dois terços dos 92 assentos do pequeno auditório em que a missa negra será realizada, no Centro Cívico de Oklahoma.
 
O arcebispo dom Coakley, que continua pedindo que os católicos orem e jejuem, planeja realizar uma vigília de oração especial na Igreja de São Francisco, em Oklahoma, no dia da missa negra, 21 de setembro. A vigília terá uma hora santa eucarística seguida de procissão ao ar livre e bênção com o Santíssimo.

sábado, 23 de agosto de 2014

Ator Gary Sinise testemunha sua conversão ao catolicismo

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Gary Sinise – ator, diretor, baixista, patriota, filantropo e convertido ao catolicismo – foi um convidado surpresa na convenção anual da fraternidade católica Knights of Columbus (1) em Orlando no início deste mês.

Talvez a pessoa que estava mais surpresa por ele ter estado lá pode ter sido o próprio Gary Sinise. Ele confessou que “ele e sua família não faziam parte de qualquer religião” até que sua esposa voltou para as abandonadas raízes católicas de sua mãe, em 2000, e ele posteriormente caminhou lentamente para a sua Crisma em 2010.
Ele contou sobre o seu choque inicial e o posterior apoio a decisão de sua esposa em uma entrevista há alguns anos. Ele estava filmando na Carolina do Norte, quando sua esposa, Moira, e três crianças vieram para uma visita, e neste mesmo tempo um furacão estava a caminho daquele lugar. Ao descobrir que os voos seriam cancelados, ele alugou um carro e levou-os em direção a Charlotte através de ventos fortes, pancadas de chuva e muitos relâmpagos. Em um momento da viagem Moira se voltou para ele e anunciou que quando ela voltasse para Chicago, ela estaria voltando para a Igreja Católica e as crianças iriam frequentar escolas católicas. Ele estava chocado e não muito feliz com a decisão. Pois o único conhecimento que ele tinha de escolas católicas eram as histórias terríveis que dois amigos haviam lhe contado. Então ele disse algo como: “Não! Você está louca? “
Mas Moira fez como ela planejava, e se matriculou na Catequese para adultos e matriculou os filhos na escola católica. Dois anos mais tarde, na Vigília Pascal, ela entrou na Igreja. Nesse meio tempo, a escola acabou por ser o oposto do que Gary esperava. Ele descobriu que era um ótimo ambiente e se tornou um grande defensor destas escolas. Depois disso passaram-se ainda dez anos até que ele se convertesse ao catolicismo, mas foram 10 anos de uma lenta conversão e cheios de atividades beneficentes. 
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Durante a convenção Gary Sinise contou a sua história e como pouco depois do 11/09, ele foi “convidado como uma celebridade” para entreter os socorristas e foi assim que conheceu a história de heróis como Padre Mychal Judge, um capelão para o Corpo de Bombeiros de NY, que morreu ao ajudar as vítimas dos ataques as torres gêmeas. 

Em 2003, Sinise foi o co-fundador da “Operação Crianças Iraquianas”, que em nove anos apoiou o trabalho das tropas americanas na coleta e doação de material escolar e uniformes para as crianças cujas escolas foram reconstruídas pelas tropas. Estas doações incluíram 358.763 kits de material escolar, milhares de caixas com bichos de pelúcia, sapatos e equipamentos esportivos, e outras centenas de caixas com sapatos, roupas, acessórios, alimentos, itens de higiene e brinquedos. 
A banda de Gary Sinise, “Lt.Dan Band”, realizou 50 tours e 119 concertos para as tropas americanas, organizados pela USO (2), e foi durante estes shows que Sinise tornou-se apaixonado por ajudar os veteranos americanos feridos. Assim, a fundação que leva o seu nome iniciou um programa chamado “Restauração da independência e apoio a capacitação” (RISE), onde o objetivo principal  é construir “casas inteligentes” para os veteranos que foram mais gravemente feridos. 
Em parceria com a fraternidade Knights of Columbus, um ex-soldado de infantaria do Exército que perdeu as duas pernas e um braço na explosão de uma estrada no Afeganistão, pode mudar-se para uma nova casa high-tech com a esposa. 
Durante a convenção Sinise agradeceu a colaboração das pessoas ligadas a fraternidade e por seus anos de “trabalho de caridade incrivelmente generoso, volumoso e missionário.” 
Susan E. Wills (Editora da Aleteia em inglês)
(1) Knights of Columbus = Fraternidade católica fundada nos EUA pelo Padre Michael J. McGivney em 1881
(2) USO = Organizações do Serviço Americano, é uma entidade sem fins lucrativos, que organiza programas, serviços e também famosa por realizar eventos de entretenimento para tropas militares e suas famílias

CBS

Recorde mundial em tempo de matrimônio: Herbert Fisher e Zelmyra, 87 anos juntos!

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Em tempos onde os divórcios crescem, aumentam os ataques contra a família e a pressão para modificar o casamento entre homem e mulher, aquece o coração descobrir que a lista do Guinness Book of Records apresenta um casal que viveu 87 anos de matrimônio.
Trata-se de Zelmyra e Herbert Fisher, da Carolina do Norte (EUA). Eles se casaram em 1924, Herbert nasceu em 1905 e Zelmyra em 1907. Eles voltaram para a casa do Senhor, com a idade de 105 anos, ele, em 2010, ela em 2013.
Em 87 anos de casamento a família cresceu: 5 filhos, 10 netos, nove bisnetos e uma bisneta. Sobre a história, vale a pena repetir a publicação do site em espanhol Religion en Libertad, que escreveu: “Certa ideologia predominante no mundo moderno gostaria de demonstrar que ficar juntos em um casamento por tantos anos é chato e uma verdadeira bobeira. No entanto, se perguntarmos a quem está experimentando verifica-se que o casamento entre duas pessoas, apesar das dificuldades, é objeto de consolação, alegria, amor. E sofre muito mais aquele que por algum motivo ou desgraça perde a família”.
No curso de suas vidas, Herbert e Zelmyra passaram por crises dramáticas, uma guerra mundial, muitas guerras travadas por seu país. Eles tiveram que lidar com os problemas, dificuldades e sofrimentos diários, mas juntos para sempre, encontrando na união e na fé cristã a força para enfrentar tudo da melhor maneira.
O casal descreveu sua experiência em uma entrevista difundida “nas redes”. Quando perguntaram qual era o motivo que convenceu Herbert a gastar sua vida junto a Zelmyra, ele disse: “O que me assegura é que cada dia que passo com Zelmyra, nossa relação fica mais sólida e segura. O divórcio – acrescentou – nunca foi uma opção, e nem mesmo um possível pensamento”.
“Como você descobriu que Zelmyra era a esposa ideal para você?”.  Ele responde: “Nós crescemos juntos, éramos grandes amigos antes de nos casarmos. A amizade é para a vida toda. Nosso matrimônio durou a vida toda”.
E nesta vida não há arrependimento. Na verdade, quando o repórter perguntou a Herbert se havia algo que ele queria que tivesse sido diferente nesses 87 anos de matrimônio, ele nem pensou um pouco: “Eu não mudaria nada do que aconteceu. Não tem um segredo especial que explica o nosso casamento. Nós fizemos o que era necessário, um pelo outro e pelas necessidades da nossa família”.
“O casamento – acrescentou – me ensinou o respeito, o apoio e a boa comunicação com o outro. E me encorajou a ser confiante, honesto e verdadeiro. A regra é amar um ao outro e mantê-lo no coração”.
Doce, apaixonada, mas ao mesmo tempo segura e decidida, também Zelmyra quando quetsionada sobre as qualidades mais importantes de seu marido, ela responde prontamente: “É um grande trabalhador e um bom homem. Nos anos 20, a situação era muito difícil, mas Herbert trabalhou para garantir que tivéssemos o melhor. Casei-me com um grande homem”.
Ela também conta sobre o “melhor Dia dos Namorados”: eu cozinhava todos os dias, mas um dia Herbert pediu uma folga no trabalho e me surpreendeu, ele cozinhou para mim. Eu descobri que ele é um cozinheiro muito bom”. “Eu disse a ele que eu poderia cozinhar, mas eu vi que ele estava feliz. Vê-lo feliz me encheu de alegria”.
Uma vida repleta de pequenas e simples alegrias, mas também de preocupações e sacrifícios. Como quando – lembra Herbert – “Eu tive que ficar dois meses longe dela. Ela estava no hospital por complicações em relação ao nosso quinto filho.  Foi o momento mais difícil da minha vida. A mãe de Zelmyra me ajudou a cuidar da casa e dos outros quatro filhos, caso contrário, eu teria entrado em pânico”.
“O que além do amor humano ajuda a enfrentar as dificuldades?” – foi a última pergunta para o casal – . “O casamento não é um jogo para obter uma pontuação”, respondem em uníssono. “Deus coloca duas pessoas juntas para superarem as dificuldades. Nós dois somos cristãos e acreditamos em Deus. Casamento é um compromisso conjunto diante de Deus. Nós rezamos, e rezamos juntos e um pelo outro, todos os dias”.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Pela primeira vez na história, Rádio Vaticano transmitirá uma partida de Futebol

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A  inspiração partiu de Papa Francisco, mas são jogadores de renome internacional que vão participar da Partida Inter-Religiosa pela Paz no Estádio Olímpico de Roma, em primeiro de setembro.
São esperados jogadores, ex-atletas e treinadores de diferentes religiões, como os italianos Roberto Baggio, Francesco Totti, Andrea Pirlo e Gianluigi Buffon, o francês Zinedine Zidane, o camaronês Samuel Eto’o e o argentino Lionel Messi. Inclusive Diego Armando Maradona se fará presente. Em tempos de redes sociais, o próprio Santo Padre fez o convite ao ex-jogador do Napoli através do Facebook. Já pelo Twitter, quem agradeceu a convocação do Papa foi o brasileiro Ronaldinho, que se sentiu honrado e feliz por poder participar da equipe. Os campeões mundiais formarão um time para jogar em favor da paz e pelo diálogo entre as nações, além de ajudar os mais pobres e necessitados. O valor dos ingressos vendidos será inteiramente destinado às duas entidades assistenciais e organizadoras do evento: a Scholas Ocurrentes (promovida por Papa Francisco) e a Fundação Pupi (ligada ao ex-jogador argentino, Javier ‘Pupi’ Zanetti). A primeira, sul-americana, usa a tecnologia, a arte e o esporte pela integração social e a cultura do encontro das escolas; e a segunda, desenvolve programas de assistência e adoção à distância.
O evento de grande valor simbólico terá transmissão ao vivo na Itália. Pela primeira vez, a Rádio Vaticano vai transmitir uma partida de futebol, em língua italiana, além da emissora RAI, através do canal de TV, a Raiuno, e da Radio Uno. (AC)
Fonte: Rádio Vaticana 

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Diretor de hospital polonês é despedido por negar-se a praticar um aborto

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A demissão de um dos melhores médicos da Polônia como diretor de um hospital em Varsóvia por negar-se a realizar um aborto gerou uma série de críticas no país.
“A instituição não encontrou nenhuma ruptura nos procedimentos ou normas do hospital” com a negação a praticar o aborto, assinalou ao Grupo ACI a representante de Vozes Católicas Polônia, Bogna Obidzinska, em 23 de julho.
“Sua decisão de não realizar um aborto estava perfeitamente dentro do marco da lei. Ele tinha esse direito de acordo à Lei de Liberdade de Consciência”.
“A única razão pela qual o encontraram culpado foi por não ter dirigido a mulher a outra clínica abortista, algo que na verdade não estava dentro das suas obrigações porque ele não era o médico principal desta mulher”.
Em 23 de julho o Dr. Bogdan Chazan foi demitido de seu cargo como diretor do Hospital da Sagrada Família de Varsóvia. Chazan foi despedido por negar-se a realizar o aborto de um bebê com má formação concebido em um procedimento de fecundação in vitro realizado em uma clínica de fertilidade.
Vozes Católicas, organização internacional dedicada a melhorar a representação católica nos meios de comunicação, apoiou numerosas petições a favor de Chazan, incluindo uma petição publicada no CitizenGo que obteve mais de 85 mil assinaturas.
A lei polonesa permite abortar bebês concebidos em estupros e aqueles com doenças mortais, mas considera a cláusula de consciência do país.
Entretanto, depois da negação de Chazan a realizar o aborto solicitado, o hospital foi multado com 23 mil dólares e o vice-prefeito de Varsóvia demitiu o médico com o argumento de que “não tinha utilizado a cláusula de consciência corretamente”.
“É muito difícil dizer por que está acontecendo tudo isso, já que, trata-se de um médico bem-sucedido que nem sequer era responsável por essa mulher, ela só teve uma consulta com ele”, lamentou Obidzinska, indicando que poderia existir “algum tipo de ciúmes entre as clínicas” devido ao sucesso de Chazan.
Segundo o relatório oficial realizado pelo comitê de Varsóvia, “o número de pacientes da instituição duplicou desde que Chazan foi nomeado diretor, faz 10 anos”.
“Nos últimos doze anos, foi realizado apenas um aborto neste lugar e o número de cesáreas se reduziu (pelo menos) na metade, o que significa que a qualidade do atendimento médico no hospital deve ser verdadeiramente extraordinária”.
“O bebê nasceu, a mulher está com boa saúde” e apesar do bebê ter falecido poucos dias depois do nascimento “o professor Chazan ofereceu um atendimento integral à mulher em uma unidade especial da clínica junto com atenção psicológica para ela e seu marido para que não se sentisse sozinha nessa situação”.
“As pessoas, as mulheres em Varsóvia sabem perfeitamente que se querem abortar não devem procurar o Dr. Chazan. É algo que todos sabem”, disse.
“Ele é famoso por fazer coisas extraordinárias com o fim de salvar vidas e também é conhecido por ter salvado vidas em situações onde outros médicos pensavam que as gravidezes terminariam naturalmente em uma tragédia”, observou Obidzinska.
“Chazan salvou muitíssimos bebês. Se alguém for procura-lo para pedir um aborto, isto vai parecer inclusive uma provocação. Não posso acreditar que a mulher não sabia que ele se negaria”.
ACI

Iraque: ”Só pode voltar para cá quem se converter ao Islã”, afirma ‘Califado Islâmico de Mosul’

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“Alô, estou falando com Haji Othman, do Califado Islâmico de Mosul?”
“Sim, mas com quem eu estou falando?”
A resposta chega hesitante por um momento ao meu tradutor iraquiano.
“Sou um jornalista italiano e estou telefonando de Erbil.”
“E como é que você conseguiu o meu número, quem o deu a você?”
Ele me foi dado pelos cristãos expulsos de Mosul que eu encontrei nas igrejas de Erbil. Foi você que o deu quando passava pelas suas casas para tranquilizá-los, antes de expulsá-los. Não se lembra? Podemos fazer-lhe algumas perguntas por telefone? É difícil falar com você.”
“Tudo bem, mas poucas perguntas. Estou com pressa, tenho coisas para fazer”, responde, mais agressivo.
Haji Othman é o homem que os cristãos que fugiram para Erbil descrevem como representante do “Califado” para as relações com as comunidades não muçulmanas. E dizem que ele os traiu: pegou os seus nomes, os seus números de telefone e identificou as suas casas. Recenseou a população cristã.
Antes, tranquilizou-os, convidando-os a permanecer nas suas casas em Mosul, mas, poucos dias depois, das mesquitas, veio a ordem de escolher entre converter-se, pagar uma taxa ou ser morto.
A linha é um pouco confusa. Ouvem-se fortes barulhos e vozes ao fundo, como se ele estivesse na rua. Ele não faz nada para silenciá-los. Está disponível, mas parece claro que poderia desligar o telefone de uma hora para a outra. Começamos, então, com uma pergunta acolhedora.
Eis a entrevista.
Como você explica os recentes sucessos militares dos combatentes do Califado? O que facilitou para vocês o avanço nos territórios curdos?
“Isso não é nada ainda. Estamos só no início”, responde ele de ímpeto, evidentemente afagado no orgulho.
O que você quer dizer? Que armas vocês têm?
Até agora, utilizamos apenas uma ínfima parte das forças que temos à nossa disposição. Vocês não podem sequer imaginar o quão forte nós somos.
Como assim?
Temos um poder imenso. Vocês vão ficar estupefatos. Vocês não podem resistir a nós.
Mas a aviação norte-americana está bombardeando vocês à vontade. Isso não é um problema?
“Oras! O que você está dizendo?”, responde, explodindo em uma risada. Seguem depois alguns segundos de silêncio, parece que ele desligou o telefone. Mas depois continua: “Nunca tivemos medo dos americanos, nem mesmo quando, no passado, éramos mais fracos. Por que você acha que deveríamos ter medo hoje? Nós os derrotamos antes e os derrotaremos de novo. Que Alá amaldiçoe os americanos e os seus aliados! Vão acabar mal.
O que você responde aos cristãos que gostariam de voltar para as suas casas em Mosul e na planície de Nínive?
Que podem voltar, serão bem-vindos. Mas com uma condição: que se convertam ao Islã. Então, os acolheremos como irmãos.
E se quiserem permanecer cristãos?
Então, têm que pagar o Jeziah (o antigo imposto cobrado pelos muçulmanos às minorias não islâmicas). Eles não têm alternativa. Agora chega, estou ocupado, vou desligar.
Não, por favor, espere. Explique-nos, quanto custa o Jeziah, como vocês o calculam?
Irmão, eu sou um militar. Não me ocupo com coisas contábeis. Eu combato e deu. Esses aspectos devem ser perguntados aos nossos imãs nas mesquitas de Mosul. São eles que estabelecem as leis e as suas aplicações. Yallah, tenho que ir.
* * *
Estamos nos instantes finais. Em poucos segundos, ele vai desligar. Entende-se isso pelo tom de voz, cada vez mais impaciente. Vale a pena terminar com uma pergunta que certamente lhe incomoda.
Mas em todo o mundo há relatos dos crimes de vocês cometidos contra os Yazidi. O que vocês fizeram com as mulheres deles? É verdade que elas se tornaram suas escravas sexuais?
Mas isso não é verdade em nada! É a mídia que relata essas falsidades. São mentiras. Nós não fazemos essas coisas.
Mas os Yazidi relatam isso…
* * *
Othman interrompe aqui. O tom é seco, duro: “Agora chega! Acabou. Nós não fazemos essas coisas, entendido? Chega dessas mentiras! E não me telefone nunca mais. Apague o meu número”.
A reportagem é de Lorenzo Cremonesi, publicada no jornal Corriere della Sera.

Com a presença de mais de um milhão de pessoas, Papa Francisco beatifica 124 mártires coreanos

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Diante de uma multidão calculada em quase um milhão de pessoas, o Papa Francisco beatificou 124 mártires da Coréia do Sul. Fontes da organização da visita do Santo Padre à Coréia precisaram que na Missa participaram 170 mil pessoas que receberam uma entrada para a celebração, e estima-se que outras 800 mil se localizaram nos arredores.
O ambiente de festa, de alegria, combinado com uma profunda reverência e ordem, viveu-se intensamente em todo o longo setor que vai do City Hall da capital até  porta do Gwanghwamun em Seul, assim como em muitas das ruas vizinhas.
Aproximadamente às 8:30 a.m. as centenas de milhares de fiéis presentes rezaram o Terço todos sentados sobre o chão, muitos descalços como é habitual pelo calor e usando para sentar a pequena toalha de mesa que todos receberam ao ingressar no local da Missa.
O kit completo que era entregue a cada pessoa consistia de uma garrafa de água, pelo forte calor, uma toalha de mesa, o folheto para seguir a Missa, todo em latim e em coreano, e um boné de plástico de diversas cores, dependendo do setor onde os grupos deviam localizar-se.
Logo após o Terço, o Santo Padre fez sua chegada poucos minutos depois de 9:00 e percorreu umas doze quarteirões em um veículo totalmente aberto, para a alegria de todos os presentes que pugnaram por tomar uma foto ou saudá-lo.
Ao iniciar a Missa, o Santo Padre escutou a “petitio”, a solicitude que se faz para beatificar um Servo de Deus, e procedeu então a pronunciar a fórmula de beatificação em latim, que foi logo lida em coreano o que gerou uma grande ovação de toda a multidão.
Logo após o ato de ação de graças e das leituras da Missa, o Pontífice leu sua homilia na que assegurou que a morte de Paulo Yun Ji-chung e seus 123 companheiros mártires “segue dando frutos” na Igreja na Coréia hoje.
O Santo Padre assinalou que “Hoje celebramos esta vitória em Paulo Yun Ji-chung e nos seus 123 companheiros. Os seus nomes vêm juntar-se aos dos Santos Mártires André Kim Taegon, Paulo Chong Hasang e companheiros, aos quais pouco antes prestei homenagem. Todos viveram e morreram por Cristo e agora reinam com Ele na alegria e na glória. Com São Paulo, dizem-nos que Deus, na morte e ressurreição de seu Filho, nos deu a maior de todas as vitórias.”.
“Viveram e morreram por Cristo, e agora reinam com ele na alegria e na glória”.
O Papa assinalou que os 124 mártires coreanos “com São Paulo, eles nos dizem que, na morte e ressurreição de Seu Filho, Deus nos concedeu a maior vitória de todas”.
“A vitória dos mártires, seu testemunho do poder do amor de Deus, segue dando frutos hoje na Coréia, na Igreja que segue crescendo graças a seu sacrifício”.
ACI