quarta-feira, 17 de abril de 2013

Papa Francisco: "O Concílio é obra do Espírito Santo, mas há quem queira andar para trás".


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O Papa Francisco dedicou a Missa do dia de ontem terça-Feira 16 de Abril a Bento XVI:

“Ofereçamos a Missa por ele, para que o Senhor esteja com ele, o conforte e lhe dê muita consolação.”

Celebrando na Capela da Casa de Santa Marta, onde reside e celebra estas missas matinais com os funcionários do Vaticano, o Papa Francisco na homilia e comentando a primeira leitura dos Actos dos Apóstolos fala-nos do martírio de Santo Estevão que antes de ser lapidado anuncia a Ressurreição do Senhor dizendo aos seus assassinos de se estaem a opôr ao Espírito Santo. Estevão recorda também nesse momento final da sua vida todos aqueles que primeiro perseguiram os profetas e depois de mortos fizeram-nos ser venerados. Também Jesus chama a atenção dos discípulos de Emaús - continua o Papa - ao considerá-los lentos de coração. Também entre nós e no nosso tempo existe a resistência ao Espírito Santo, concluiu o Santo Padre:

"Dizendo-o claramente: o Espírito Santo incomoda-nos. Porque move-nos, faz-nos caminhar, empurra a Igreja a ir para a frente. E nós somos como Pedro na Transfiguração: Ah que belo estarmos assim, todos juntos! ...mas que não nos incomode. Queremos domesticar o Espírito Santo. Isso é que não pode ser. Porque Ele é Deus e Ele é aquele vento que vai e vem e tu não sabes de onde. E a força de Deus, é aquilo que nos dá a consolação e a força para caminhar. Mas, andar para a frente! Isto incomoda. A comodidade é mais bonita."

Esta tendência para a fruição da comodidade andando contra os ventos do Espírito Santo parece ser muito actual, segundo o comentário do Papa Francisco, pois na sua homilia afirma que é mesmo uma tentação dos nossos dias. E dá um exemplo: Pensemos no Concílio:

"O Concílio foi uma bela obra do Espírito Santo. Pensai em João XXIII: parecia um pároco bom e ele foi obediente ao Espírito Santo e fez aquilo. Mas 50 anos depois, fizemos tudo aquilo que nos disse o Espírito Santo no Concílio? Naquela continuidade de crescimento da Igreja que nos pedia o Concílio? Não. Festejamos o 50º aniversário, fazemos um monumento, mas que não nos incomode. Não queremos mudar. Mais: há vozes que querem andar para trás. Isto é ser teimoso, isto é querer domesticar o Espírito Santo, isto é ser insensato e lento de coração."

E o Papa Francisco concluiu afirmando que é o Espírito Santo que nos faz livres em Jesus, com aquela liberdade de Filhos de Deus.

"Não opôr resistência ao Espírito Santo: é esta a graça que quereria que todos nós pedissemos ao Senhor - a docilidade ao Espírito Santo, aquele Espírito que vem de nós e que nos faz andar para a frente no caminho da santidade, aquela santidade tão bela da Igreja. A graça da docilidade ao Espírito Santo. Assim seja."

Um comentário:

  1. A cada dia me surpreendo com a fé e a coragem do nosso Papa. Em pouco tempo ele elevou o ânimo de muitos fiéis e, ao mesmo, tempo alerta a Igreja para estar atenta ao que Deus realmente quer dela e de seus filhos. Ama e corrige com discernimento, firmeza e docilidade o rebanho que lhe foi confiado.

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