quarta-feira, 23 de abril de 2014

Paraibanos celebram ‘A Festa da Páscoa’ e Bispos explicam significado



Em Campina Grande, a maior festa da cristandade foi celebrada com a realização de Missas. Somente na Catedral de Nossa Senhora da Conceição, três missas foram celebradas neste domingo, às 10h, às 17h e 19h30. Em todas as paróquias pertecentes a Diocese, a Páscoa também será festejada com celebrações eucarísticas. Na Arquidiocese da Paraíba as missas do domingo de Páscoa, foram celebradas na Catedral Basílica de Nossa Senhora das Neves, no Centro de João Pessoa, às 6h, 9h e às 18h,

Os católicos começaram a celebrar a Páscoa a partir da Vigília Pascal. Todas as igrejas da diocese realizaram a Vigília que é tida a celebração mais longa e importante da liturgia. A celebração conforme enfatizou o bispo e o padre Passionista Gesner Coube, da Paróquia Santíssima Trindade, é marcada pela benção da luz, benção do fogo, proclamação do Evangelho e muitos cantos de aleluia. Durante a liturgia também é aceso o Círio Pascal que significa o Cristo "Alfa e ômega", Princípio e Fim".

Na Páscoa, conforme relembrou o religioso, é festejado a ressurreição de Jesus Cristo, que foi o fato mais extraordinário da história da humanidade. Em suas pregações, ele enfatizou que muitos cristãos ainda não entenderam a essência da Páscoa que significa vida nova, passagem da morte para a vida, e principalmente a libertação de todo que oprime a vida. “Celebrar a Páscoa é renascer com Cristo ressuscitado, é passar da morte para a vida, é vencer o pecado e a morte” explicou para Gesner Coube. Pelo calendário litúrgico da igreja católica, a Páscoa é celebrada quarenta dias após iniciar a travessia da Quaresma. A festa se inicia na Vigília Pascal, no sábado de Aleluia chegando ao cume neste domingo da Ressurreição. A pedra posta na entrada do sepulcro onde o corpo de Jesus foi colocado, desapareceu, tendo sido removida pela força divina.

De acordo com o bispo da Diocese de Campina Grande, dom Manoel Delson, “Ir para a Festa da Páscoa exige uma preparação, um entrar no clima, um sintonizar-se com o mistério de amor do Filho de Deus, que vai se desvelando”.

Voltando no tempo e na história, ele lembrou que os filhos de Israel conhecem o significado da celebração pascal. Esta recorda a libertação do povo de Israel da escravidão do Egito, a travessia do mar vermelho a pé enxuto e a conquista da terra prometida. Esta passagem só foi possível graças à presença de Deus e a mediação de Moisés. Agora, todos querem tomar parte da Festa em Jerusalém e acolher a graça divina de uma vida abençoada e feliz.

Para o religioso, os cristãos redescobriram o sentido da Páscoa, entendendo-a como entrega amorosa do Filho de Deus para libertar a humanidade do jugo do pecado. Passagem da morte para a vida. “Preparar-se para este grande acontecimento exige entrar em clima quaresmal, de sentir o que Jesus sentia diante das tensões e pressões por parte dos doutores da lei e dos fariseus. Por um lado, Jesus queria oferecer-se como oblação viva de amor para salvação de todos os homens; por outro lado, sentia o seu coração dilacerar ao perceber a indiferença, justamente, daqueles que deviam ser salvos. A dor interior de Jesus foi imensa, mas Ele a transformou em oração viva ao Pai: “seja feita a tua vontade e não a minha”, lembrou

No entendimento de dom Manoel Delson, “subir para Jerusalém com Jesus significa aceitar passar por tensões e pressões que vão purificando o coração. Aqueles que vivenciam este clima de seguir Jesus para Jerusalém descobrem a riqueza do seu amor, a grandeza do seu gesto sacrifical de oferecer-se no altar da cruz e, de alguma forma, desejam participar do mesmo sacrifício e procuram ter as mesmas atitudes do Filho de Deus”.

Neste sentido, a quaresma é um tempo de crescimento espiritual no qual o discípulo se concentra na Palavra de Jesus e reconhece a própria pequenez, fragilidade e pecado. Ora, tal reconhecimento leva ao arrependimento sincero e, por ele, se abre um processo de conversão, de mudança de vida. “Ninguém pode caminhar com Jesus e permanecer igual. À medida que alguém caminha com Jesus, ouvindo sua Palavra iluminadora, deixando-se tocar por seus gestos cheios de ensinamentos, sua vida vai mudando, abrindo-se ao sentido maior da existência. Pisar no solo fértil da realização humana, seguindo Jesus Cristo, é tudo que o ser humano pode almejar de mais elevado e grandioso. Este percurso leva à Páscoa que acontece em Jerusalém, que é lugar da entrega, da imolação e do sacrifício. Para lá se vai com Jesus e com a comunidade dos seus discípulos” observou.

Para dom Manoel Delson, ainda hoje é possível visualizar o seu rastro indelével desenhado no chão da história humana, suas pegadas de ternura e acolhimento aos pequenos, pobres e enfermos; suas pegadas de amor puro diante de homens e mulheres sofredores; e suas pegadas de misericórdia diante das fraquezas dos pecadores. “Estes constituem o traçado do caminho que todos devem seguir para participar da Páscoa definitiva, na Jerusalém celeste, afirmou dom Manoel Delson Pedreira da Cruz.


Comungando com Dom Delson, o arcebispo da Paraíba Dom Aldo Pagotto esclarece as diferenças entre a celebração da páscoa para os cristãos e os judeus. Para ambas as religiões existem uma simbologia e tradição que é acompanhada a várias gerações.

Dom Aldo explica que para os judeus a páscoa celebra a passagem do povo judeu pelo mar vermelho, quando saiu do Egito para terra da promessa Canãa, e destacou "os judeus conservam essa simbologia de fé e valores em família, um conjunto litúrgico riquíssimo que congraçam a cultura consanguínea. Uma festa nacional de grande valor, um ato cívico de celebração a vida e história", disse Dom Aldo.

Para religião cristã o sentido da páscoa é distinto do judeu. O significado da páscoa para os cristãos é a celebração da morte e ressureição de Jesus. O arcebispo fala que Jesus como judeu deu um novo significado a páscoa, quando se reúne com os discípulos para a celebração da última ceia.

Dom Aldo relatou que primeiramente Jesus lavou os pés dos seus discípulos em sinal de humildade, purificação e serviço. Consequentemente Jesus pede que bebam do cálice e comam do pão e que todos façam em memória dele até que ele venha. Símbolizando que Jesus deu a vida a todos os homens, o arcebispo ressaltou que "Jesus ao ressuscitar retoma a vida no espirito de Deus e doa a humanidade revitalização e amor".

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