domingo, 25 de janeiro de 2015

China “impõe” ao Vaticano condição de ” não interferência nos assuntos chineses em nome da religião” para reatar relações diplomáticas.

Pope
O Governo chinês continua interessado em restabelecer relações diplomáticas com o Vaticano, mas não abdica de “princípios relevantes”, exigindo nomeadamente que o Papa corte laços com Taiwan
O Governo chinês respondeu ao telegrama enviado pelo Papa Francisco no início da semana, apelando ao Vaticano para que “crie condições para melhorar as relações entre os dois países”.
“Queremos ter um diálogo construtivo com o Vaticano baseado em princípios relevantes”, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Hua Chunying, sublinhando que Pequim já expressou as condições que considera necessárias para melhorar o relacionamento com a Santa Sé.
“Em particular, o Vaticano deve cortar aquilo que chama de ‘relações diplomáticas’ com Taiwan e reconhecer o Governo da República Popular chinesa como o único que representa a China. Também pedimos para não interferirem mais nos assuntos internos chineses em nome da religião”, salientou a porta-voz da diplomacia chinesa.
De acordo com a agência ANSA, Hua Chunying garantiu ainda que o Governo Central chinês não só foi sempre sincero na vontade de melhorar as relações com o Vaticano como também desenvolveu esforços nesse sentido. Estas declarações do porta-voz reduzem, pelo menos do ponto vista oficial, as esperanças que foram criadas em torno de uma possível aproximação entre as duas partes após o envio de dois telegramas do Sumo Pontífice ao Presidente chinês.
Para além do telegrama de segunda-feira, quando regressava ao Vaticano após a visita às Filipinas, o Papa Francisco já tinha enviado outro para Pequim depois da deslocação à Coreia do Sul, em Agosto de 2014. O Papa também manifestou, por diversas vezes, a sua vontade de visitar a China e foi mesmo criticado por não ter recebido o Dalai Lama, em Dezembro. Apesar de muitos acreditarem que o encontro com o líder espiritual tibetano foi negado devido a pressões chinesas, o próprio Papa desmentiu a informação.
A China e o Vaticano não têm relações diplomáticas desde 1951, logo após a Santa Sé reconhecer Taiwan como uma nação. Além disso, Pequim gere directamente a Igreja no país, através da Associação da Igreja Católica Patriótica Chinesa, definindo as nomeações dos bispos sem consultar as indicações do Vaticano.

Fonte: Jornal Tribuna de Macau

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